CARAPICUÍCA (SP) – A Polícia Militar voltou a prender o sargento reformado Jairo Francisco Franco, suspeito de envolvimento pela morte de um dos 14 homossexuais no Parque dos Paturis, em Carapicuíba, região metropolitana de São Paulo.
Depois de passar um mês preso – desde 11 de dezembro do ano passado a 08 de janeiro deste ano – Jairo foi solto por falta de provas. No entanto, a reviravolta no caso diz respeito à contradição no depoimento.
O acusado alegou que não frequentava o parque e que não havia estado no local. Após rastrear as ligações do celular de Jairo, a PM verificou que ele estava a cinco minutos do local do último crime.
De acordo com o delegado Marcelo José do Prado, agora há uma “prova material” que coloca o suspeito na cena do crime. A informação partiu nesta terça-feira (11) do delegado Marcelo José do Prado, que disse haver “prova material” contra o suspeito.
Sua prisão preventiva foi decretada na última sexta, 07, e ele foi preso no sábado. Na tarde desta terça, ele prestou depoimento e, mais uma vez, negou ser o matador dos gays. Além dos 14 crimes em Carapicuíba, também é acusado de matar o travesti Pâmela (Pedro João Itavan), na época, com 27 anos, em Osasco, município vizinho a Carapicuíba.
Testemunhas – Além da ligação telefônica que o coloca no local do crime, a PM informou que algumas testemunhas informaram que ele frequentava o Parque dos Paturis e que oferecia programa aos gays no local de pegação. Segundo o delegado, com sua prisão, as testemunhas se sentirão mais seguras para prestar outros depoimentos.
Os crimes aconteceram entre fevereiro de 2007 e março deste ano. O último ocorreu no dia 15 de março, quando Ivanildo Francisco de Sales Neto, na época com 25 anos, foi encontrado no local. Após o novo assassinato, a PM chamou Jairo Franco para dizer o que estava fazendo no momento do crime.
Mais ação – Na ocasião, o Fórum Paulista LGBT encaminhou uma carta aberta à imprensa, solicitando mais ação da PM nas investigações. Em 18 de março, membros da comissão executiva do Fórum estiveram no local e cobraram mais ação da PM e da prefeitura no Parque dos Paturis. Porém, tudo era uma nebulosa.
No último dia 08 de junho, os membros da comissão executiva do Fórum Jane Pantel, do Lobas, Lula Ramires, Corsa e Julian Rodrigues, do Instituto Edson Néris se reuniram com a delegada da Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) Margarette Barreto e com o coordenador da Cads Estadual Dimitri Sales para acompanhamento do caso.
Lenda urbana – Segundo a equipe de policiais debruçados para elucidar o caso, os crimes não teriam características homofóbicas. Tampouco a "assinatura" de um serial killer, que seria uma marca registrada do criminoso. Os policiais da Decradi informaram que o local era utilizado como “desova” de assassinatos cometidos em outros locais.
Logo, não havia indícios de que os crimes aconteceram ali no Parque dos Paturis. Informaram também que não havia indícios de que todas as vítimas eram gays, pois apenas um deles foi encontrado com as calças arreadas. Afirmaram aos membros do Fórum Paulista LGBT que o “Maníaco do Arco-Íris” era uma “lenda urbana” que foi desmistificada. Nesta terça, o delegado Marcelo José do Prado disse que esperou o melhor momento para prender o suspeito pela segunda vez. “Esperamos o melhor momento para que isso fosse feito na maior tranquilidade e dentro da lei”, disse.
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