quinta-feira, 20 de maio de 2010

Seminário Fora do Armário na Universidade de Brasília

POLÍTICA LGBT
1ª Marcha Nacional contra a Homofobia
Seminário Fora do Armário na Universidade de Brasília marca Dia Mundial de Combate à Homofobia
por Valmir Costa

BRASÍLIA – O Dia Internacional de Luta Contra a Homofobia, celebrado neste 17 de maio, foi marcado por debates no Seminário UnB Fora do Armário, na Reitoria da Universidade de Brasília (UnB). O seminário faz parte da programação da 1ª Marcha Nacional LGBT contra a Homofobia. Pela manhã, houve a apresentação do filme Minha Vida em Cor-de-Rosa. À tarde, o Debate sobre o Plano Nacional LGBT e Marcha LGBT, com a participação do presidente da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT) Toni Reis, o coordenador de comunicação da ABGLT Carlos Magno, a 1ª diretora LGBT da União Nacional dos Estudantes (UNE) Ridina Motta, Mitchelle Meira da coordenação–geral LGBT da SEDH/PR e o assessor parlamentar Caio Valadares, que representou a senadora Fátima Cleide (PT-RO).
Toni Reis lembrou a conquista do presidente Luiz Inácio Lula da Silva junto ao governo do Irã sobre o enriquecimento do urânio (que pode ser utilizado para fins nucleares) e o seu compromisso como líder mundial. Reis informou que o presidente Lula se comprometeu com a militância LGBT brasileira de assinar o decreto que cria o Dia Nacional contra a Homofobia, que deve ser assinado nos próximos dias.
O presidente da ABGLT também citou a conferência pública sobre o Estatuto da Família, realizada na semana passada, e citou 20 parlamentares homofóbicos e os evangélicos fundamentalistas. “Se não houvesse uma Constituição, eles nos queimariam na fogueira”, disse Toni Reis. Ele frisou que não se trata de todos os cristãos, mas apenas dos evangélicos e católicos fundamentalistas.
Reis destacou também a importância do Programa Nacional dos Direitos Humanos – 3 (PNDH-3). Segundo ele, as diretrizes traçadas para os homossexuais foram discutidas em várias conferências do movimento social. Carlos Magno salientou a importância da mobilização dos LGBT para o processo de politização. “Precisamos politizar a nossa sexualidade. Primeiro questionando e constatando que há desigualdade. Precisamos trazer para a arena pública essa nossa forma de amar, do âmbito privado para o âmbito público, para dar essa politização”.
Carlos Magno afirmou que esta politização só pode ser feita a partir do momento em que as pessoas se assumem. “É a questão da visibilidade”, comentou Magno. Os demais membros da mesa expuseram as principais conquistas dos LGBT brasileiros e as principais reivindicações da militância.
Divisor de águas – Na sua fala para a plateia de cerca de 60 pessoas – a maioria composta pelas caravanas de Pernambuco e da Bahia, Toni Reis foi enfático: “A 1ª Marcha Nacional LGBT contra a Homofobia será um divisor de águas da militância brasileira. Já estamos articulando a segunda edição desta manifestação para 2011. Queremos aperfeiçoar esta nossa luta política uma vez que as paradas ganharam o seu poder festivo da diversidade LGBT, mas precisamos de mais mobilização política”, destacou. Os demais membros da mesa também foram unânimes na opinião de que a Marcha Nacional contra a Homofobia será um divisor de águas na militância nacional.
Todos destacaram o empenho de mais de 500 grupos de todo o Brasil que se mobilizaram para chegar aqui em Brasília para a manifestação. “Nosso ato político está na prova de que muitos dos que vão chegar aqui, vêm apenas para a manifestação e voltam assim que ela terminar, no famoso bate-volta. Tem engajamento maior do que esse?”, questiona Reis. Após as palestras, os presentes marcharam rumo ao Instituto Central de Ciências (ICC) da UnB, gritando palavras de ordem contra a homofobia universitária. Muitos alunos aplaudiam a iniciativa, outros apenas olhavam...

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