segunda-feira, 29 de junho de 2009

Mais de 200 pessoas protestaram contra os crimes homofóbicos na 13ª Parada do Orgulho LGBT de SP


SÃO PAULO – Mais de 200 pessoas se reuniram no começo da noite de ontem, 20, na Av. Dr. Vieira de Carvalho, no centro de São Paulo, para protestar e pedir ação da Polícia pela morte de Marcelo Campos Barros e o atentado à bomba no final da 13ª Parada do orgulho LGBT de São Paulo, no último domingo, 14.

Os participantes empunhavam cartazes, faixas, além da bandeira do arco-íris e chamavam a atenção de todos com apitos que foram distribuídos para a manifestação. Além dos representantes das ONGs LGBT estiveram presentes o secretário de Justiça e da Defesa da Cidadania Luiz Antônio Guimarães Marrey e o representante da Coordenadoria da Diversidade Sexual (Cads) do estado Dimitri Sales. O secretário disse que o governador José Serra pediu empenho nas investigações dos crimes.
Segundo Marrey, a violência homofóbica é um obstáculo que deve ser vencido. “São Paulo é uma cidade da diversidade. Não vamos tolerar a intolerância e dar espaço para o nazismo e o fascismo”, disse Marrey.
Durante o seu discurso, um dos presentes protestou dizendo que não havia os 1.200 policiais prometidos pelo governo durante a Parada do Orgulho LGBT. Outra hora, protestou sobre a complacência policial com os atos violentos, pois não prenderam ninguém. Nesta hora, o secretário Marrey informou que havia aumentado o número de policiais na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), que investiga os crimes. “Peço que as pessoas colaborem com as denúncias de violência”, pediu.
Continua na Paulista – A manifestação foi aberta pelo membro do grupo Cidadania, Orgulho, Respeito, Solidariedade, Amor (Corsa) Julian Rodrigues, que leu as principais reivindicações dos grupos organizados e militantes independentes. Julian salientou que nenhum atentado ou violência vai deter a comunidade LGBT. Salientou que a Parada vai permanecer na Av. Paulista. “Esse movimento vai continuar na Avenida Paulista. Somos cidadãos e queremos nosso respeito. Nada vai nos deter e nos calar”, disse, enquanto os presentes se manifestavam com aplausos, gritos e apitos.
Mesma afirmação fez César Xavier, da Associação da Parada do Orgulho GLBT (APOGLBT). “Lembro aos presentes que a Parada é uma conquista. É um local que homossexuais podem se beijar, paquerar, encontrar uma conquista em local público pela primeira vez, pois todos têm o direito a fazer isso”, discursou.
Mais ação – Paulo Mariante do Fórum Paulista LGBT lembrou do assassinato de Édson Néris da Silva, em 2000, naquela mesma região da Praça da República. Mariante expôs o desejo de não haver mais protesto naquela área, mas celebrar conquistas pela diversidade. No entanto, salientou que é preciso agir. “É preciso manifestar a todo o momento para a inclusão dos direitos homossexuais que é para ontem. Chega de cidadania de terceira classe”, disse Mariante.
Depois dos discursos, foi colocada uma “bomba de chocolate” sobre a bandeira do arco-íris, que estava estendida no chão e a manifestação fez o curto percurso do começo da Av. Dr. Vieira de Carvalho, na Praça da República, até a esquina da Rua Vitória, em frente ao prédio de onde foi atirada a bomba. No local, o deputado Renato Simões (PT-SP), autor da
Lei Nº 10.948, de 5 de novembro de 2001, que pune atos homofóbicos no Estado.
O deputado fez um breve discurso e pediu para encontrar os homofóbicos responsáveis pelos crimes para fazer cumprir essa lei estadual. Além disso, pediu mais empenho dos deputados federais para aprovação da PLC/122/2006, que pune a homofobia em todo o Brasil. Veja as imagens da manifestação.

Nenhum comentário: